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Parque Estadual da Serra do Conduru: Biodiversidade Única e Novos Caminhos
para o Turismo Sustentável
Localizado no sul da Bahia, o Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC) ocupa 9.275 hectares e abrange os municípios de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré, com sua sede localizada a 13 km do distrito de Serra Grande, na BA-653. Criado em 1997 como contrapartida ambiental à construção da rodovia BA-001, que liga Ilhéus a Itacaré, o PESC abriga um dos ecossistemas mais preservados da Mata Atlântica, desempenhando um papel fundamental na conservação ambiental. Seu nome homenageia a árvore Conduru (Brosimum rubescens), de madeira avermelhada e rara.
A relevância ambiental do PESC ganhou projeção internacional em 1993, quando uma pesquisa do Jardim Botânico de Nova York, em parceria com o Herbário da CEPLAC, identificou na região o maior índice de biodiversidade lenhosa do planeta, com 458 espécies registradas em apenas 1 hectare. Esse estudo consolidou o parque como um hotspot de biodiversidade, reforçando sua importância para a conservação da Mata Atlântica.
Desde a sua criação, o parque tem vocação natural para pesquisas científicas e atividades didáticas, sendo palco de inúmeros estudos e parcerias com instituições como UESC, UFSB, UFRB, IF Baiano e UESB. O conhecimento gerado por essas pesquisas fortalece a gestão da unidade e contribui para estratégias de conservação e uso sustentável da biodiversidade.
A área de concessão, que compreende 44 hectares, já conta com uma trilha para o Banho de Floresta, uma experiência sensorial e imersiva que aproxima os visitantes da natureza. Além disso, o Projeto Micotrilha, idealizado pela UESC e UNEB, descobriu mais de 90 espécies de cogumelos no parque e capacitou condutores para proporcionar aos turistas uma vivência única no universo da micologia.
O PESC também se destaca como um destino de birdwatching (observação de aves), recebendo amantes da ornitologia do mundo inteiro. O parque abriga espécies raras e endêmicas, como a beija-flor rabo-branco-de-margarette (Phaethornis margarttae), que se tornou um dos principais símbolos do parque e atrai visitantes especializados em busca de uma experiência única.
A proposta de Concessão é reestruturar e ampliar os serviços de visitação, pesquisa e educação ambiental. O restante do parque continuará sob a gestão direta do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), garantindo a conservação e a fiscalização da unidade como um todo. Além disso, está prevista uma estrutura operacional compartilhada, que fortalecerá a gestão integrada entre o setor público e a concessionária, otimizando o monitoramento e a proteção da área.
A Concessão do Parque Estadual da Serra do Conduru representa não apenas um avanço no ecoturismo e na pesquisa científica, mas também uma inovação na gestão financeira de unidades de conservação. O modelo busca atrair o apoio estratégico da iniciativa privada, envolvendo empresas comprometidas com a conservação e explorando novas fontes de financiamento sustentável. Entre essas possibilidades, destaca-se a estruturação de projetos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), incluindo Créditos de Biodiversidade, um mecanismo inovador que pode transformar a forma como concessões ambientais são geridas no Brasil.
Em parceria com o Instituto Arapyaú, está sendo realizado o primeiro levantamento de Crédito de Biodiversidade em uma área de concessão no Brasil. O estudo utiliza a metodologia do Instituto LIFE, reconhecida internacionalmente, e que auxilia empresas a atenderem iniciativas como TNFD, CDP, GRI, DJSI e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo inicial é levantar o potencial de créditos e apresentá-los como uma oportunidade e alternativa para a manutenção de áreas de conservação, tanto dentro de unidades de conservação quanto em suas zonas de amortecimento.
Um dos primeiros apoiadores do projeto de concessão foi a Artefacto, que, por meio do selo de Biodiversidade do Green Building Council (GBC), promove a preservação e regeneração da Mata Atlântica, apoiando a operação do PESC e compensando suas emissões de carbono. Essa iniciativa reforça a importância do engajamento da iniciativa privada na conservação ambiental, garantindo que a biodiversidade do parque seja protegida para as futuras gerações.
Com essa abordagem, o PESC se posiciona como um modelo para o futuro da conservação, mostrando que é possível unir preservação, pesquisa e desenvolvimento econômico sustentável. Vamos conservar juntos?
Vamos conservar juntos?